A lágrima insistia em descer...
A garganta embotada e embargada denunciava o momento.
Nada parecia estar no lugar e
Sentidos e sensações se misturavam.
Um ínfimo e delicado sentimento se moldava
Num quadro cheio de matizes e cores.
Ora intenso, ora lúgrube.
Nem forte, nem ímpio.
Todas as mordaças estavam sendo apontadas
Todas as máscaras se colocavam a disposição
Todas as estradas se abriam
Todos os caminhos estavam disponíveis
Mas a insistente lágrima permanecia
Não respeitava a razão
Não esperava nem tolerava,
Forçava passagem pelo inóspito e sombrio do ser que pulsava!
Não poderia ser diferente.
O que não podia ser suspenso
Teria que fluir tal qual rio, denso e obscuro.
E assim, a inspiração deixou-a sair.
Brotou em forma de liz
em raiz de ébano
em ramos de ilusão e fantasia.
Se fez presente e ali permaneceu.
Deixou-se ficar em paz
Num cansaço feliz e cálido.
E assim, o embargo desapareceu e ficou apenas
Eu.
Jundiai, 10 de julho de 2010.
Guilherme Dias
Poxa.... nem sei o que comentar... ao terminar de ler só pensei em: poxa!
ResponderExcluir"Brotou em forma de liz
ResponderExcluirem raiz de ébano
em ramos de ilusão e fantasia.
Se fez presente e ali permaneceu.
Deixou-se ficar em paz
Num cansaço feliz e cálido.
E assim, o embargo desapareceu e ficou apenas
Eu."
Apenas transparência é isso que este ultimo 'trecho' me remete a clareza do saber exatamente quem se é.
Amei rs...como sempre rs...
Muito linda! Amei...rs...
ResponderExcluirE como é árduo o caminho a ser percorrido para se descobrir...Conhecer o seu verdadeiro eu...