sábado, 26 de fevereiro de 2011

Ária sombria

São oito horas da noite
Meu corpo clama por uma pausa
Mas minha mente reluta.
Insiste em manter-se excitada.

Há uma angústia não anunciada
Que persiste sem se revelar.
Trafega silenciosa em meu interior
E deixa demarcada sua trajetória.

A luz do quarto ao lado estala.
Queimada a lâmpada, joga na penunbra parte de mim.
Apoio incondicional ao novo estado de ânimo.
Bradada a queixa, resta ao corpo a substituição da ordem.

Súbito, um riso largo e debochado corta o silêncio.
Verga-se no cansaço uma lúgubre esperança.
Cínico, o ventríloco esboça uma explicação:
_ É a idade!?

Guilherme Dias
20/12/2009 - 20h50m

Um comentário:

  1. rs...e o que seria a idade sem os sabores do 'existir', por vezes agente deixa a vida passar sem nada realizar em outras agente passa pela vida sem nada aprender, porem em alguns casos agente vive e se permite viver o 'aprender' diario, há algum tempo pensei q viver seria 'plantar uma arvore' 'ter um filho' e 'escrever um livro'...o livro é um rascunho na escrivaninha que nunca se finda, a arvore foi arrancada por suas raizes incomodar a vizinha e o filho , ah rs...como é dificil ser exemplo hein?! rs...enfim conclui que viver com mta oupouca idade é apenas permitir-se contemplar um nascer ou um por do sol, é abandonar-se nas areias de uma praia onde o mar nos aconchega, é deleitar-se com uma brisa em um dia quente de verão é sorrir ao ver no céu as estrelas de tua infancia...viver é respirar e aprender...

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