Reminiscências Psicológicas

Escrever sobre o psiquismo humano envolve tentar entender a si mesmo e este processo por vezes é longo, dolorido e recheado de preciosismos, afinal quem quer se expor. E escrever sobre o tema é antes de tudo revelar-se na janela analítica e investigativa.

Neste espaço haverá algumas considerações e elocubrações que me perseguem ao longo dos meus vinte e cinco anos de envolvimento com o mente, a emoção e alma humana em suas mais diversas variações. Não pretendo falar de casos ou situações mas de fazer tal como um arqueólogo que ao cavar em um terreno pré-estabelecido se delicia com suas mínimas descobertas.

Temas da Psicologia que me cativam e intrigam e outros que fazem parte da trajetória de pesquisa e interesse tais como carreira profissional, Coaching, consultoria em gestão de pessoas, atuação clínica e a experiência educacional tanto na formação de ensino médio como universitário.

Espero trazer alguma contribuição às pessoas da área e aos leigos interessados no ser humano.

Até qualquer hora!



Dia destes me deparei com um fato instigante e provocante; o quanto o processo transferencial desencadeia a transformação nos indivíduos e percebi com maior vivacidade que não importa se a relação é psicoterapêutica, basta que tenha um significado terapêutico.

Tentando explicar: nas mais diversas facetas dos relacionamentos, o que se pode observar é que as pessoas estão em busca de algum tipo de retorno, um eco que possa trazer a ela alguma resposta; afinal de contas é mais cômodo obter respostas para nossas problemáticas que tentar encontrá-las.

Ninguém, via de regra, quer abrir sua caixa de Pandora. O simples fato de descobrirem que possuem uma já assume um tom assustador em suas mentes. E fantasmas e lendas passam a povoar o denso imaginário de suas vidas. Então é mais fácil ouvir o que os outros tem a dizer que dizer de si mesmo o que descobriu ao abrir a tão temida caixa.

Mas, voltando a transferência; ouvi, assistindo a um peça quando professor de Psicologia para alunos de ensino médio a um tempo atraz, peça que ilustrava a trajetória de Freud a seguinte frase que me acompanha até hoje: "o terapeuta tem ser uma tábula rasa onde o paciente possa projetar todas as suas inclinações, subjetos, idéias, emoções, sentimentos, enfim, projetar-se como um todo e ao refletir-se, buscar o entendimento de si..."

A idéia (não quero falar em conceito aqui) de projeção e transferência sem dúvida ilustram bem a escalada dos individuos e isto eu fiz por um longo tempo nos processos analítico/terapêuticos.

Mas voltando ao inicio, foi num dia deste que ouvi uma frase que trouxe toda esta catarse em minha consciência...o quanto nos somos transferenciais. Queremos tudo e em todos vemos as nossas necessidades, nossos anseios, nossos desejos materializados, nossas emoções manifestadas....

Um turbilhão de idiossincrasias pessoais projetadas em esteriótipos daquilo que desejariamos ser....até que entramos em contato com nosso verdadeiro "Eu" e paramos de procurar a nós mesmos nos outros....Isto é lindo...

Até outra reminiscência...

S. Guilherme Dias
20/04/2011

Hoje vou de texto pré escrito em um site ao qual participo;

Psicoterapia de Casal

A primeira pergunta que vem a mente é: quando esta prática é necessária? A resposta poderia parecer simples: sempre e continuamente. Pôr uma razão também simples; psicoterapia deveria ser utilizada em todas as modalidades como uma prática de saúde preventiva, muito mais que curativa.

Mas a realidade nos indica o contrário e o que ocorre, é que os casais só buscam uma ajuda profissional quando estão nitidamente em crise. Entenda-se pôr crise um pico de um ou mais problemas que tornam-se precipitadores de situações terminais, tais como: alteração abrupta na relação afetiva, distanciamento, agressividade verbal ou até física; distúrbios de ordem sexual; intenção de separação explícita pôr parte de um dos cônjuges ou ainda descoberta de relações extraconjugais, entre outros.

O processo de relacionamento a dois parte de um princípio básico: comunhão de princípios e objetivos, gerando assim uma egrégora. O que provoca muitas das vezes uma ruptura no processo de individuação da pessoa em detrimento do casal. No início o “conto pessoal” que cada um projeta na união parece perfeito, até o momento que “conto” e realidade se chocam.

Estes choques se formam e se desenvolvem como “pactos de angústia” que vão deteriorando a relação gradativamente até atingir um ápice. Estes pactos são em sua maioria inconscientes e funcionam como uma bactéria que vai corroendo de dentro para fora os laços conjugais.

Cabe a psicoterapia de casal identificar estes pactos e promover o restabelecimento do processo de individuação de cada um dos cônjuges. O caminho nem sempre leva a uma reunião do casal, mais com certeza leva o mesmo a um processo mais saudável e equilibrado, mesmo que este caminho seja uma ruptura no relacionamento. Portanto o processo de crescimento individual é o norteador do bom relacionamento do casal.

Duas expressões podem resumir o quão difícil pode significar o estar juntos:
“Eu não vim ao mundo para viver de acordo com suas expectativas; Nem  você veio ao mundo para viver de acordo com as minhas expectativas;Caso haja encontro, será ótimo, Senão, não há nada a fazer.”
F. Pearls
“Amar é deixar que o outro seja o que o outro realmente o é e que isto seja recíproco.”
Dr. Wayne W. Dyer

S. Guilherme Dias
Psicólogo, Coach e Consultor em Gestão de Pessoas

29 de abril de 2011.

Hoje para variar vai um texto publicado de minha autoria no jornal Bom Dia falando sobre marketing pessoal, um pequeno esboço deste importante fragmento de nossa psique pouco explorada, ora por falta de conhecimento, ora por "pudor". Boa leitura

A importância do Marketing Pessoal

Quando falamos em diferencial de mercado, logo pensamos em algo que se destaque, que seja melhor percebido e portanto valorizado. A importância de um bom marketing pessoal está proporcionalmente ligado ao aproveitamento das boas oportunidades apresentadas. Uma vez alocado de forma adequada e dirigido de forma precisa, pode trazer benefícios e sucesso na carreira.

Como o termo já induz, trata-se de uma estratégia bem dirigida do lançamento da própria imagem para um objetivo claro a ser alcançado: um emprego, uma progressão profissional, um destaque em seu segmento de trabalho e prestação de serviços, daí a apresentação ser fundamental.

Voce já deve ter ouvido que não se deve comprar um livro pela capa e esta expressão quando se trata de nós tem um peso ainda maior. Portanto não basta que voce apresente um figurino perfeito quando tem que se mostrar, estar em evidência, também tem que se preocupar com seu conteúdo.

De acordo com Rogério Martins, boa parte dos autores sobre o assunto costumam trata-lo enfatizando as características externas pessoais como aparência, postura e adequação social. Para ele competências como
empatia, simpatia, comunicação e boa apresentação do conhecimento toma a mesma importância.

O marketing pessoal é uma estratégia desenvolvida pelo próprio indivíduo ou por um especialista cuja finalidade é a promoção da imagem pessoal e profissional. O objetivo é conquistar espaços, oportunidades, avanço na carreira e ganhos de vantagens na competição pelas melhores ofertas de trabalho.

Alguns pré-requisitos tem que ser levados em conta como: o objetivo do profissional quanto ao mercado de trabalho, seus pontos fortes e fracos, seus valores e a adequada disposição daqueles para as organizações e empresas sempre procurando dirigir estes potenciais de forma racional e bem orientada.

Os benefícios, claro, serão uma maior visibilidade, uma melhor projeção social, a percepção mais clara de suas habilidades, qualidades e competências. Cabe ressaltar que os aspectos ligados a sua personalidade deverão sofrer também a sua atenção e cuidado para um bom marketing pessoal.

Guilherme Dias 06/05/2011
"Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente" segundo Almir Sater em sua música "Tocando em Frente". Confesso que olhando com muito cuidado, esta é uma verdade insofismável e incontestável.
Compreender a marcha. Saber o que fazer quando estamos diante de um obstáculo, tomar a decisão certa, escolher sem a dúvida se está certa ou não a escolha. Isto talvez seja compreender nossa marcha.
Em seu livro "A Arte da Guerra", Sun Tzu nos revela de uma maneira simples mas contundente que a compreensão do "inimigo" em todas as suas nuances é o possível segredo para o sucesso ou fracasso nas batalhas.
Psicologicamente falando, a compreensão de si é o equivalente a compreender nossa marcha diária. Cada detalhe nos é tão importante quanto qualquer ação no campo de batalha. O terreno onde pisaremos, a geografia do lugar onde estamos, o movimento do nosso "inimigo". Todas as facetas nos são importantes para que possamos determinar nossa próxima ação.
"Aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, lutará cem batalhas sem perigo de derrota;
Para aquele que não conhece o inimigo, mas conhece a si mesmo, as chances para a vitória ou para a derrota serão iguais;
Aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas. "
Trecho do livro de Sun Tzu retrata o que se espera de comprender a marcha.
São longos anos à frente de pessoas e auxiliando-as a compreenderem suas marchas para realizar as "escolhas certas" se é que temos esta capacidade; mas a Psicologia neste ponto esbarra com a religião: tudo é uma questão de acreditar que isto é possível, é fato para cada um e que se estabelece como um dogma pessoal.
Para a Gestalt, os porques perdem significado diante dos motivos (para ques) fazemos isto ou aquilo. Respondida a máxima das motivações, àquelas que nos levam a cometer nossos emblolhos neuróticos, estamos prontos a refazer o caminho.
Aqui vale a pena conhecer a arte de guerrear. Por vezes, fazer um caminho de volta é tão arriscado quanto seguir em frente como diz a música. Talves não seja tão simples compreender a marcha e tocar em frente?!
Mas apenas como um exercício filosófico, sempre faço e reitero o convite àqueles que querem achar o caminho, compreender a sua marcha pessoal e mais ter coragem de ou seguir em frente ou mesmo fazer o caminho de volta.
Uma coisa compreendi em minha própria busca pessoal nos longos treze anos de psicoterapia, parafraseando Ortega y  Gasset: nascer é muito comprido. Sim ainda no presente, pois o processo não termina. A vida é um processo de nascimento contínuo; cada dia banhamos a mesa de parto com novas possibilidades. Nos vemos por aí!
Guilherme Dias
22 de maio de 2011



Ai vai mais uma dica para os processos envolvendo carreira profissional. Espero que possa auxiliar alguém.


Comunicação é tudo!

Você já deve ter vivenciado alguma situação em que ficou em uma “saia justa” porque não conseguiu comunicar-se de forma adequada e daí perdeu alguma oportunidade e às vezes até gerou outras adversidades. Pois isto é mais freqüente que se pensa, e principalmente quando se está na mira de uma entrevista de emprego ou mesmo de negócios. A seguir apresentarei algumas sugestões para minimizar estas situações.
Na realidade quem se expressa bem tem suas chances ampliadas de conquistas espaço e reconhecimento no mercado de trabalho e em seus círculos sociais. E muitas são as pessoas que possuem ótima bagagem e conhecimento, mas não conseguem expô-las
A comunicação bem sempre se dá pelas palavras. Comecemos pela apresentação do currículo; respeitado o bom senso e a criatividade, em algumas áreas são esperados apresentações que possam realmente expressar o potencial do candidato.
Outro item a ser observado e tem muita relevância principalmente em entrevistas de emprego é a comunicação não verbal. Sim, realmente, nosso corpo fala e bastante, diga-se de passagem. Ter conhecimento da linguagem não verbal trará vantagens em muitas situações.
Mas evite a manipulação dos gestuais e também manejar a “dança” não verbal que se estabelece entre você o seu interlocutor. Isto poderá robotizá-lo e o que poderia ser um benefício, tornar-se-á um incômodo e uma sucessão de equívocos.
Procure ficar atento ao seu parceiro de diálogo. Atenção é sempre um sinal de respeito e consideração para quem está falando ao mesmo tempo em que dará a você chances redobradas de exercer a empatia e facilitará seu posicionamento diante do discutido.

Dosagem do tom e da velocidade da voz deve ser observado. Além de demonstrar o grau de ansiedade, revela insegurança e instabilidade dos atores do diálogo. Quando em locais de movimento e agitação, redobre a atenção aos detalhes da conversa e aja naturalmente.

Não é muito incomum, dependendo do cargo, ser solicitado que se faça uma apresentação das suas experiências, projetos ou mesmo, uma mini-aula seja ministrada. Nestes casos, procure se precaver e prepare-se antes. Utilize métodos adequados e mantenha a calma.

18 de junho de 2011.