sábado, 28 de maio de 2011

Devaneios numa tarde qualquer de verão.

Cai a tarde.
Os olhos semicerrados revelam o peso
Que preenche duramente a linha do tempo.

Pálpebras pesadas então,
O corpo deixa-se adormecer languidamente.
Um último suspiro faz o anúncio.

O que parecia ser algo duradouro
Acaba-se como num átmo.
Num sobressalto de rigidez, a luz volta intensa às retinas cansadas.

E assim, corpo e pensamento
Permanecem singrando entre
O dia e a noite interior.

Mas, o que é rígido, é rígido.
E corpo, e pensamento enganam
A linha do tempo. Até quando?

E margeiam a vida e a labuta
Que incessantemente os provoca
Tal qual a morte faz à vida.

Um som surdo alerta:
O coração bate até o último suspiro
E ardor das manhãs anunciadas pelo inimigo vil: o tempo.

Guilherme Dias

13/10/2007.

Um comentário:

  1. tempo este que rouba a inocência
    que nos torna senil, sendo mil vezes mais lento
    que qualquer um de nossos sentimentos...
    foges longe antes do fim dos dias
    faz, realiza, levanta, mas não não se deixe adormecer, pois o tempo ah este está a espreita. aguardando apenas um bocejo...
    Gosto de brincar com teus escritos rs eles me fazem soltar as palavras assim ao vento...

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