quarta-feira, 29 de junho de 2011

Troços e traças.

Dia destes me peguei mexendo em coisas velhas!
Todas traziam um que de mofo, bolor ou mesmo de poeira.
Estava em meu sótão pessoal.
Nele esconde-se todas as mazelas de minh'alma
todas as tristezas de uma vida inteira;
todas as maledicenças que um dia pensei;
todas as frustrações que senti e experimentei;
todos os insucessos que vivenciei;
todos os foras que levei;
todas os amores que perdi.

Como não pude deixar de notar
ali estava todo o peso que levo em minha bagagem.
Pesada e densa como a vida deveria ser;
arqueada e desorganizada como qualquer quarto de despejo.

Mas não desanimei. Peça por peça
fui remexendo em tudo. Rinite a parte, o que sentia em cada objeto era indizível!
Cada pedaço, cada coisa que tocava tinha significado;
Cada espaço que revirava, trazia à lembrança intensidade e deleite;
mesmo que tenha sido de sofrimento, porque pertencera a mim.

Demorei horas como sempre um faxina tem que ser;
Mas de certo não terminei.
Porque mexer em troços e traças drena energia,
desvanece, emsimesmece, e por vezes entristece.

Desci do sótão.
Lembrei que além dele, havia meu porão...
Uma onda de temor rompeu meu devaneio...

Se no sótão descrobri troços e traças.....



29 de junho de 2011 - 22h29m
Guilherme Dias

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