sábado, 26 de março de 2011

Devaneio vespertino

Era um fim de tarde como qualquer outro.
Os pássaros cantavam desatinadamente em  busca de seus ninhos;
Carros passavam podendo ser ouvidos claramente, até atrapalhando o silêncio oferecido ao momento.

Nada parecia se mexer além disto.
O ar estático, árvores imóveis denunciando o prelúdio vespertino.
Quando uma brisa suave cortou a sensação bucólica e trouxe a realidade de volta aos sentidos.

Como às vezes parece ser melhor a negação do tempo,
a ignorância dos fatos,
o distanciamento do espaço no entorno.

Mas o círculo irrefutável da vida sempre é implacável;
Não deixa margem para a fuga e querendo ou não somos obrigados a olhar para dentro de nós....
e nem sempre queremos isto?!

E como é impossível evitar o inevitável,
refutar o irrefutável...
É ativada a máquina de pensar e existir.

Cabeça e coração novamente ligados,
segue amorfo o elefante do Drummond
tateando pelas paredes da consciência.

Ainda bem que o elefante é uma alegoria;
a tarde ocorre todos os dias e
a vida; esta é eterna.

Guilherme Dias
26/03/2011
18h29m

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